Conceção: Victor Silva Formatação: Victor Silva Colaboração: Jorge Coelho - José Cruz

CASAIS MORGADOS, JANEIRO DE 2014

PREFÁCIO O autor chama a atenção dos seus leitores, para que não deve ser dissociado este livro, dos restantes 4 que constituem esta obra, que tem por título “O PERCURSO” e como subtítulo “QUEM SOMOS, POR ONDE ANDÁMOS E O QUE FIZEMOS”, pois em cada um deles, será abordado determinado tema, que terá a ver, como se pode inferir do título e do subtítulo, com as diversas fases por que passaram os ex-militares que constituíram o ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235, ao longo da sua permanência nas Forças Armadas, mais concretamente no Exército, começando pela época do “RECENSEAMENTO” e terminando na fase da “DESMOBILIZAÇÃO”. Não posso deixar de assinalar que, durante esse período, todos nós passámos por bons e maus momentos, sendo a fase mais crítica das nossas vidas, aquela em que fomos “enviados” para uma guerra, que nada nos dizia, mas que ao longo do tempo que por lá permanecemos, tudo fizemos para que a Unidade Militar de que fazíamos parte, deixasse vincado o seu real valor. Se conseguimos ou não o nosso desiderato, será a HISTÓRIA que se encarregará de o dizer. Neste volume, são postas em evidência várias situações reais, por que passaram os ex-militares pertencentes ao ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235, durante várias etapas da sua permanência em ANGOLA, destacando-se as seguintes fases: - Descrição da partida de 2 ESQUADRAS de NAMBUANGONGO em direção às fazendas sitas no QUIXICO e na BEIRA-BAIXA, bem como as várias peripécias verificadas durante as suas permanências nessas localidades e a posterior saída de regresso novamente a NAMBO; - Descrição da partida de ANGOLA/LUANDA, situações passadas durante a viagem e a chegada à METRÓPOLE/LISBOA; - Descrição das várias etapas por que passou a nossa DESMOBILIZAÇÃO. Os locais por onde passámos, encontram-se referenciados em vários mapas.

Victor Silva

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ÍNDICE PÁGINA 09 QUIXICO – Descrição de situações vividas pelos ex-militares do ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235 na Fazenda Maria Celeste sita na localidade de QUIXICO

PÁGINA 19 BEIRA-BAIXA – Descrição de situações vividas pelos ex-militares do ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235 na Fazenda Beira-Baixa sita na localidade de BEIRABAIXA

PÁGINA 27 VIAGEM PARA A METRÓPOLE – Descrição de situações vividas pelos ex-militares do ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235 durante a viagem até à METRÓPOLE

PÁGINA 37 DESMOBILIZAÇÃO – Descrição de situações vividas pelos ex-militares do exPELOTÃO DE MORTEIROS 1235 quando terminaram o seu vínculo com o Exército

PÁGINA 41 EPÍLOGO

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QUIXICO Como tinha sido comunicado pelo Comandante do Batalhão de Caçadores 2859, a que o Pelotão de Morteiros 1235 estava adstrito, haveria que estacionar no Quixico, uma Esquadra de Morteiros M. 81, para que desse apoio à Companhia alí sediada. Assim, a 07 de Abril de 1969, uma Segunda-Feira, saiu de Nambuangongo, logo pela manhãzinha, uma coluna militar, que tinha como missão, deixar no Quixico a Esquadra comandada pelo 1º Cabo Victor Miguel, que atuaria naquela zona, passando mais tarde pela fazenda sita na Beira-Baixa, onde estacionaria a outra Esquadra, que ficava sob o meu comando, regressando depois a Nambuangongo. Nunca me passou pela cabeça que, durante o percurso, houvessem tantas atribulações, não só pela picada estar em muito mau estado, parecendo mesmo que por aqueles caminhos, nunca tinham por lá passado viaturas, mas também por ser a primeira vez que percorríamos aqueles trilhos, derivado a termos chegado recentemente a Nambo e por conseguinte, ainda não termos tido oportunidade de passar por aqueles lugares, indo por isso, como se deve de calcular, com a máxima das atenções a tudo quanto nos rodeava. Quando chegámos ao Quixico, bastante “amassados”, os ex-militares que pertenciam à Esquadra que alí permaneceria, depois de largarem os seus pertences no local que lhes estava destinado, um armazém de café, apresentaram-se ao Comandante da Companhia, que já os esperava. Como era normal nestas situações, os ex-militares que se deslocavam nas colunas, ficavam durante algum tempo a darem “dois dedos” de conversa com os outros “camaradas”, fazendo tempo para que chegasse a altura de retomar o caminho em direção à outra fazenda, pelo que, depois de feitas as despedidas, aí fomos nós a caminho da fazenda Beira-Baixa.

A caminho do Quixico 11

Vista aérea do Quixico Quixico era uma localidade que distava cerca de 25/30 quilómetros de Nambuangongo, na direção de Quipedro e onde existia uma fazenda de seu nome “Maria Celeste”. Como era norma em todas as fazendas da região, a principal cultura era o café, coexistindo, no entanto, duas situações; a parte civil e a parte militar. Na parte civil, existiam diversas casas, sendo umas destinadas ao capataz e ao pessoal branco, tendo as outras como destino, o albergar dos trabalhadores autóctones que laboravam na fazenda, além de existirem ainda vários armazéns, onde era guardado o café, na altura da safra. Na parte militar, existia o aquartelamento propriamente dito, onde se encontrava destacada uma Companhia, pertencente ao Batalhão de Caçadores 2859, cujo comando se encontrava sediado em Nambuangongo e uma Esquadra do Pelotão de Morteiros 1235, comandada pelo 1º Cabo Victor Miguel. A razão de ser da existência destas 2 estruturas militares na fazenda era, no que diz respeito à Companhia, a de dar segurança a todos aqueles que alí trabalhavam, como era apanágio de toda a “tropa” existente na zona, para assim tentar dissuadir os ataques, de que as fazendas eram o principal alvo; no que diz respeito à Esquadra do Pelotão de Morteiros, era o de dar apoio a essa Companhia. Existia também uma pista de aviação, que dava apoio, não só à parte civil, mas também à parte militar, pois era por intermédio das avionetas que, quer a parte civil quer a parte militar, eram reabastecidas de frescos, correio e também de material ur12

gente necessário para a fazenda, pois o restante, normalmente, vinha por MVL (Movimento de Viaturas Logísticas). A vida diária dos ex-militares que compunham a Esquadra do Pelotão de Morteiros 1235, era de uma monotonia gritante, pois todos os ex-militares estavam dispensados de prestar qualquer serviço obrigatório, pelo que se limitavam a ler, a comer, a dormir e a fazer alguma atividade voluntariamente, para que o tempo passasse.

Casa dos Capatazes

Casa dos Autóctones

Alojamento da parte militar

Pista de aviação 13

1º Cabo Victor Miguel

Parte da Esquadra do Pelotão de Morteiros 1235 Uma coisa era certa, não era descurada a missão que ali os prendia, que era, em caso de necessidade, trabalharem com o morteiro M. 81, sendo então postos à prova naquilo que sabiam fazer. No entanto, há que realçar que, passados que foram meia dúzia de dias de permanência no aquartelamento, os elementos que constituíam a Esquadra de Morteiros M. 81, verificaram que, quer fizesse chuva ou sol, tinham que formar antes de entrarem para o refeitório, coisa a que não estavam habituados e como tal, acharam por bem fazer dois levantamentos de rancho, em dias diferentes, uma vez num almoço e outra vez num jantar, para que assim as coisas pudessem entrar no seu curso normal, tendo sido seguidos pelos ex-militares da Companhia, que viam assim alguém tomar uma iniciativa, que eles próprios não tinham tido coragem para a implementar, fazendo com que, quer num dia quer no outro, todos os ex-militares não comparecessem às refeições, até o caso ser resolvido. Ao ter conhecimento do facto, o Comandante da Companhia achou por bem prescindir de alguns dos elementos da Esquadra de Morteiros, ficando apenas o 1º Cabo Victor Miguel que era o Comandante da Esquadra e um soldado, no caso concreto o Laurentino, mais conhecido por “Vampiro”, que no caso de necessidade, seriam suficientes para pôr em funcionamento o morteiro M. 81. Para que esta situação não tivesse repercussões no resto dos militares, estes dois elementos deixaram o armazém de café que antes habitavam e foram “morar” para uma pequena habitação, pertença dos civis brancos, fazendo assim uma vida ainda mais “à parte”. Com isto, não se quer dizer, que estes dois elementos tenham sido marginalizados pelo Comandante da Companhia, antes pelo contrário, pois passados 14

Localização da habitação dos elementos do Pel. Mort. 1235 alguns dias de se terem mudado para a “nova habitação”, o Comandante da Companhia foi inteirar-se de como eles estavam instalados e ao ver alguns dos livros que o 1º Cabo possuía, ficou a saber que ele tinha frequentado o Curso Geral do Comércio, pelo que lhe propôs, dado o seu tempo disponível, que ensinasse as primeiras letras a quem não soubesse ler nem escrever e que estivesse na disposição de aprender. O 1º Cabo aceitou o desafio e disponibilizou-se a fazer de “mestre-escola”, mas a realidade, é que não havia grande motivação, quer de um lado quer do outro e a situação acabou “como uma morte anunciada”. Como em tudo na vida, existem aspetos bons e outros menos bons e quem defende a razão, certamente que não tolerará determinados factos, embora estivéssemos em guerra, mas o que é certo, é que existiam vários “senhores”, que julgavam tudo poderem fazer, sem olhar a meios, para obterem os seus fins. Vem isto a propósito, de uma situação narrada pelo 1º Cabo Miguel que, “in loco”, presenciou a morte de um nativo, por parte de um dos capatazes brancos que existiam na fazenda, por o mesmo se ter recusado a cumprir uma ordem de trabalho, que achava injusta e que se resumia a não poder comer, enquanto não capinasse uma determinada área de terreno, que lhe havia sido destinada para o efeito. Ao não concordar com a punição, o trabalhador tentou sair do local de trabalho e regressar ao acampamento, advindo daí o seu assassinato. Como acima se foca, mesmo em guerra, não vale tudo e como tal, os restantes trabalhadores revoltaram-se e para aplacar a ira, foi-lhes dito que esse capataz iria para Luanda, a fim de ser entregue à justiça, para ser castigado pelo que fizera. 15

Todos os que presenciaram a cena, trabalhadores e ex-militares, acreditaram de boa fé, nas palavras alí ditas, mas como diz o ditado, “o mundo é dos espertos” e como tal, a pessoa em causa, deixou de estar presente na fazenda, livrando-se da ira de todos eles. O que é certo, é que volvidos alguns meses sobre o acontecimento, ao sair de um táxi aéreo que regressava de Luanda e parara por breves momentos na fazenda do Onzo, o 1º Cabo Miguel viu, primeiro com espanto e depois com indignação, que o tal capataz, que assassinara o nativo, se encontrava por ali, tendo conhecimento mais tarde, que apenas tinha sido transferido de uma fazenda para outra, dado que o dono dessas fazendas era o mesmo indivíduo, fazendo assim crer, que tinha sido feita justiça. Outro facto que marcou quer o 1º Cabo Victor Miguel quer o “Vampiro”, durante o período de tempo que estiveram no Quixico, foi um ataque perpetrado pelos guerrilheiros, contra os trabalhadores da fazenda, em especial contra seis capatazes brancos, que tinham ido tomar conta dos nativos que iam iniciar a colheita do café, numa das extremidades da fazenda e que haviam declinado a segurança que a “tropa” fornecia, pois pensavam ter a situação controlada. Claro está, que nestas situações e em altura de guerra, como aquela que se vivia no ex-Ultramar, os alvos preferidos eram os brancos e como tal, foram mortos dois capatazes brancos, um outro ficou gravemente ferido, pois sofreu a amputação de um dos braços, outros dois ficaram feridos mas sem gravidade, havendo ainda um outro que, por se ter escondido no mato e ter permanecido imóvel, embora tenha assistido e ouvido tudo, saiu ileso do ataque, tendo assim salvo a vida. Na altura do conhecimento do incidente, o 1º Cabo Miguel ofereceu-se como voluntário, para assim poder ajudar a pôr termo à escaramuça, tendo por isso presenciado “in loco”, como se tinha registado o bárbaro ataque e a sua razão de ser, conforme versão de alguns nativos que, como não podia deixar de ser, tinha como motivo, os maus tratos aplicados aos trabalhadores da fazenda e de terem acabado, também, com o fornecimento semanal de mantimentos, que eram deixados junto à pista. Estas foram algumas das peripécias que o 1º Cabo Victor Miguel e o Laurentino presenciaram, na sua estada no Quixico, demonstrando que nem tudo foram “rosas”, durante os seis meses que alí permaneram. Entretanto, como se aproximava a rendição do Pelotão de Morteiros 1235, o 1º Cabo Victor Miguel e o Laurentino foram chamados para se apresentarem no aquartelamento em Nambo, pelo que não tiveram outra alternativa senão, depois de feitas as despedidas da praxe, terem pegado nas suas “trouxas” e tomado lugar na coluna militar, que os haveria de transportar até Nambuangongo, onde eram esperados pelos companheiros.

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Saída do Quixico a caminho de Nambo

Trajeto da Esquadra do Pelotão de Morteiros 1235 de NAMBO até ao QUIXICO e vice-versa

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BEIRA-BAIXA Era norma, os Pelotões de Morteiros sediados em Nambuangongo, fazerem deslocar para as fazendas sitas quer no Quixico quer na Beira-Baixa, uma Esquadra, que alí permaneceriam determinado tempo, a fim de dar apoio às Companhias alí estacionadas. Assim, como ficara estabelecido pelo nosso Comandante de Pelotão, cerca de um mês após a nossa chegada, ou seja a 07 de Abril de 1969, uma Segunda-Feira, a Secção que eu comandava, saiu de Nambo logo pela manhãzinha, integrando uma coluna militar, que tinha como missão, passar pelo Quixico e deixar uma Esquadra, rumando depois até à Beira-Baixa, para deixar a outra Esquadra, regressando novamente a Nambo. Longe estava eu de pensar que, durante o percurso, iríamos ter tantas atribulações, quer na picada até ao Quixico quer durante o trajeto até à Beira-Baixa, pois como “maçaricos” que éramos na zona e não conhecendo os caminhos, a nossa atenção estava sempre virada, não só para os “trilhos” que íamos percorrendo mas também e sobretudo, para tudo quanto nos rodeava, não fosse haver alguma surpresa. Depois de efetuado o percurso, chegámos à fazenda localizada na Beira-Baixa, “mais mortos do que vivos”, tendo largado os nossos haveres nos locais que nos estavam destinados, tendo-nos apresentado ao Comandante da Companhia, que nos recebeu de uma maneira muito amistosa.

A caminho da Beira-Baixa Beira-Baixa era uma localidade que ficava perto de Nambuangongo, a cerca de 30 quilómetros, situada entre morros, como era natural naquela zona, onde se situava uma fazenda que era conhecida pelo mesmo nome, cuja principal atividade era o café, dispondo a poucos quilómetros dalí, de uma pista de aviação em terra batida. No interior dessa fazenda, coexistiam a parte civil e a parte militar, como era norma em quase todas as fazendas da região. A parte civil, era constituída pela casa principal, onde se encontravam as habitações do capataz e de outros elementos brancos, 21

Vista aérea da Beira-Baixa as casas onde moravam os trabalhadores autóctones que laboravam na fazenda e vários armazéns. A parte militar, cujas instalações ficavam situadas no centro nevrálgico da fazenda, para que, em caso de ataque, fosse mais fácil repeli-lo, era constituída pelo aquartelamento propriamente dito, onde estava destacada uma Companhia pertencente ao Batalhão de Caçadores 2859 e uma Esquadra do Pelotão de Morteiros 1235, cujos comandos estavam sediados em Nambuangongo. A missão da Companhia que se encontrava na fazenda, resumia-se praticamente, a dar segurança a todos aqueles que ali trabalhavam, para que não fossem atacados, visto um dos alvos preferidos dos “turras”, ser precisamente as fazendas de café, não só porque faziam estragos, saqueando em seguida o que podiam, como também intimidavam os trabalhadores, que se encontravam indefesos e que, normalmente, eram recrutados noutros locais da Província, onde a guerra ainda não tinha chegado. No que diz respeito à Esquadra do Pelotão de Morteiros, que era composta por nove elementos, sob o meu comando, tinha por missão dar apoio à Companhia alí estacionada. As instalações que estavam destinadas aos Soldados da Esquadra de Morteiros, situavam-se num dos cantos de um grande armazém de café, tendo como camas, tarimbas de madeira. O referido armazém, que se encontrava desocupado durante todo o ano, apenas era utilizado na altura da safra do café, pois era por alí que eram conduzidos os grãos, até uma máquina que se encontrava por baixo do referido armazém, que os descascava e os dividia pelos vários calibres, para dentro de sacas já previamente dispostas, havendo alguém que, posteriormente, as fechava e transportava para outros armazéns, à espera de seguirem para outros destinos. 22

Casa dos trabalhadores e Edifício principal da parte militar 1

Parte central do aquartelamento

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1-Refeitório 2-Enfermaria 3-Messe de Sargentos

No que me diz respeito, tinha o meu “lugar cativo” nas instalações dos Sargentos. A vida diária dos ex-militares que compunham a Esquadra, resumia-se a dormir, a ler, a comer e a fazer alguma atividade voluntaria, como por exemplo, deslocar-se nas colunas até à pista de aviação, montando segurança, para que o avião que levava e trazia o correio ou outro material que fosse necessário à fazenda, aterrasse sem problemas ou então, fazer uma ou outra deslocação até Nambuangongo, revendo os companheiros lá deixados, pois a nossa função, apenas se resumia a fazer com que o morteiro M. 81 funcionasse caso fosse preciso. No entanto e por imperativos de funcionalidade, fui chamado algumas vezes a Nambo para substituir o 2º Sargento Ferreira na Secretaria, situação que já começava a estar habituado. No que diz respeito à parte civil, a vida na fazenda era calma e sem sobressaltos, pois segundo palavras do capataz, aquela fazenda nunca tinha sido atacada, nem o seria, enquanto ele ali permanecesse. Ora, “não há bela sem senão” e um dia, quando menos se esperava, ao raiar do dia, quando os trabalhadores iniciavam o trabalho, houve mesmo um ataque feroz, de tal maneira, que chacinaram trabalhadores, queimaram viaturas, fazendo estragos por 23

Instalações dos Sargentos

Esquadra do Pel. Mort. 1235

todo o lado. Ao saber-se do sucedido, por intermédio de um trabalhador que conseguiu chegar ao aquartelamento, dando o alerta, os ex-militares da Companhia, intervieram de pronto e da melhor maneira que puderam, mas a intensidade do ataque era tal, que foi necessária a intervenção dos “Comandos”, que por acaso, operavam naquela zona. Entretanto, foi dado o alerta, para que os meios aéreos fossem postos à disposição, a fim de que se pudesse fazer a evacuação dos feridos em pior estado, porque a enfermaria existente no aquartelamento, não dava vazão aos feridos que iam chegando, visto que, só existiam dois enfermeiros; um Furriel e um Soldado. Enquanto o Furriel se encontrava dentro das instalações, que eram exíguas para esta situação, a fazer os curativos mais prementes, o Soldado encontrava-se no exterior, à luz dos faróis das viaturas, a tentar remediar outros males. A verdade, é que a confusão estava instalada e de que maneira… Depois de o ataque ser repelido e serenados os ânimos, ficou sempre a dúvida do porquê do ataque. Seria por o capataz, que entretanto desaparecera, segundo uns teria sido morto, segundo outros teria sido raptado, se vangloriar que aquela fazenda nunca seria atacada enquanto ele ali permanecesse? Ao certo nunca se soube, mas uma coisa foi bem real, os estragos foram de monta e o pessoal civil, começou a ter receio de trabalhar naquela fazenda. A partir dessa altura, a segurança foi redobrada e a lição aprendida, pois os ex-militares começaram a ter ainda mais cuidado nas suas deslocações diárias. Entretanto, chegou a altura de termos de abandonar aquela fazenda de café, pois tínhamos sido chamados para ir para Nambo, dado que se aproximava a rendição do nosso Pelotão. Depois de feitas as despedidas, agradecendo o tratamento de que tínhamos sido alvo, durante cerca de seis meses, tomámos lugar nas viaturas militares que formavam a coluna militar e lá fomos, picada fora, até junto dos nossos companheiros, que nos esperavam em Nambuangongo. 24

Picada fora a caminho de Nambuangongo

Trajeto da Esquadra do Pel. Mort. 1235 de Nambo até à Beira-Baixa e regresso a Nambo 25

VIAGEM PARA A METRÓPOLE Terminada que estava a “guerra” em Angola, para nós, esperávamos com ansiedade a altura da partida para a Metrópole, pois embora gostássemos muito de permanecer em Luanda, havia uma razão, que se sobrepunha a todas as outras, para que quiséssemos abandonar a ex-Província Ultramarina, que eram as saudades dos amigos, mas sobretudo da família. A realidade, é que ainda continuávamos em Luanda, no Quartel do Grafanil, mas sobre esse tema, tudo está descrito no Volume 3 (Págs. 31 a 39), pelo que me dispenso de repetir as peripécias por nós passadas durante essa altura. Quando chegou o dia da nossa partida para a Metrópole, 16 de Dezembro de 1969, uma Terça-Feira, fomos transportados, durante a manhã, em viaturas militares, até ao Cais de Luanda, onde nos esperava o “nosso” já conhecido “Niassa”, pois tínha sido nele que tínhamos aportado às terras Angolanas, fazia já cerca de 26 meses, tendo vindo de imediato à nossa lembrança, algumas das situações nada agradáveis por que tínhamos passado, durante o nosso trajeto até Angola, vide Volume 3 (págs. 15 a 29), pelo que ficámos na expetativa de que nada disso se iria passar novamente. Infelizmente, as nossas expetativas foram goradas, pois passámos, precisamente, pelas mesmas situações. Atualmente, fazendo uma retrospetiva sobre nossa saída de Luanda, posso dizer que houve alguns aspetos que contribuíram para que a nossa viagem se tornasse mais complicada, tais como: - Termos deixado Luanda, na época em que o calor era mais intenso; - O tempo de duração da viagem, ter sido de mais um dia do que a nossa chegada a Luanda (12 dias) e; - Estarem a aproximar-se as épocas em que todos nós éramos mais vulneráveis, que eram, o Natal e a Passagem do Ano. Mas enfim, passemos adiante e relatemos o que se passou, na realidade, nos momentos da nossa partida e durante a viagem. A situação que se viveu no Cais de Luanda, no que diz respeito ao embarque, foi até certo ponto, semelhante àquele que tínhamos tido em Lisboa, no Cais do Jardim do Tabaco, dado que tivemos que aguardar na fila que se tinha formado, a nossa vez de embarcar, atrás de outras Unidades militares, embora não houvesse aquele aparato de se ter que desfilar perante as entidades oficiais, nem a existência de grandes “magotes” de gente, que se despediam das “tropas” que deixavam aquele ex-território nacional, depois de cumpridas as nossas obrigações, pelo que, até certo ponto, foi um alívio, pois custou-nos muito menos a nossa partida. No aspeto psicológico, a nossa saída de Angola, não teve o trauma que foi aquando da nossa partida do Continente, pois que, enquanto na saída de Lisboa, não sabía29

mos ao que íamos, a não ser que estávamos a ser transportados para uma guerra, na nossa saída de Luanda, sabíamos que íamos deixar uma terra, ainda em guerra, mas que regressávamos à Metrópole, para junto dos nossos familiares e amigos, razão pela qual, nos encontrávamos imensamente satisfeitos. Quando chegou a nossa vez de entrarmos no “Niassa”, íamos sendo informados pela tripulação, para onde nos deveríamos de dirigir, a fim de deixarmos as nossas bagagens, situação semelhante àquela que tínhamos vivido largos meses atrás, aquando da nossa vinda até Angola e que eram: Para Oficiais e Sargentos, camarotes, em 1ª e 2ª classes, respetivamente, para os Soldados, os malfadados porões.

Para os Soldados os malfadados porões Depois de tudo arrumado, a grande maioria dos ex-militares voltou ao convés, esperando que o barco se afastasse do cais, vendo, embora com um olhar bem diferente do habitual, a quão bonita era aquela Baía de Luanda que, certamente, nunca mais tornaríamos a ver.

Partida do Cais de Luanda

Quão bonita era a Baía …

Consumada que estava a nossa partida, restava-nos a ideia de nos acomodarmos o melhor que podíamos, pois a viagem ia ser longa. Os dias foram-se passando, sempre da mesma forma, ora se olhava para o ar, tentando descobrir qualquer coisa no horizonte, ou nos entretíamos a ver os peixes voa30

dores, que por vezes acompanhavam o barco, ora jogávamos, pois para manter os ex-militares entretidos, no que diz respeito à classe dos Sargentos, tinha sido disponibilizado o Salão de Festas da 2ª Classe que, diariamente, tinha sessões de bingo, fazendo com que os dias se tornassem menos saturantes. No meio de todas estas situações, os ex-militares já começavam a contar os dias para o Natal, lembrando-se, certamente, que já faltava pouco tempo para se juntarem às suas famílias. No dia 25 de Dezembro, uma Quinta-Feira, deparámo-nos com uma situação igual àquela que tínhamos tido na véspera da nossa chegada a Luanda, que foi, a oferta pelo Comandante do navio, de um jantar de despedida, “a todos os militares que viajavam a bordo”, só que desta vez foi uns dias antes, certamente para amenizar a data festiva que se passava, longe de tudo e de todos, mantendo-se no entanto, a diferenciação entre as respetivas classes. Assim, no que diz respeito à classe dos Sargentos, a ementa foi como se reproduz na presente página e na seguinte. No que diz respeito à classe dos Soldados, houve um pequeno problema, pois foilhes servido feijão frade com atum sangacho (escuro), o que na realidade não condizia nada com a época que se estava a atravessar, pelo que, os ex-militares indignados, exigiram que lhes fosse servida outra espécie de refeição, mais condizente com a tradição, tendo inclusive, tomado medidas mais drásticas.

Frente do cardápio 31

Verso do cardápio 32

Para que não houvesse problemas e depois dos ânimos acalmados, o Comandante do navio achou por bem, mandar servir bacalhau com batatas e hortaliça, repondo assim a serenidade e contribuindo para que aquela data, fosse passada em harmonia. A vida a bordo, continuava a ser vivida da mesma maneira, ou seja, continuávamos a dormir, a comer, a jogar, a contemplar o mar, etc., embora já fossemos contando os dias que nos faltavam para chegar à capital do Império. Na manhã do dia 28 de Dezembro de 1969, um Domingo, fomos alertados para que estávamos a aproximarmo-nos da costa, começando então a vislumbrar-se a costa portuguesa, pelo que grande parte dos ex-militares subiram ao convés, vendo então que estávamos a entrar no Rio Tejo, pelo que íamos admirando as suas margens, o Bugio, o Forte de São Julião, a Torre de Belém, até que passámos por baixo da Ponte 25 de Abril, indo em direção ao Cais de Alcântara.

Bugio

Forte de São Julião

Torre de Belém

Ponte 25 de Abril

Enquanto se procedia às manobras para o barco acostar, os ex- militares posicionavam-se nos mais diversos sítios, sendo o delírio, pois não havia quem segurasse quem, dado que todos queriam ver, embora de longe, os seus entes queridos e os 33

Imagens tiradas do barco amigos que, como era humanamente natural, nos aguardavam. Depois da acostagem do barco e da autorização para que se pudesse abandonar o navio, cada um pegou no que lhe pertencia e escada abaixo escada acima, tratou de entregar todos os seus pertences aos familiares, mitigando entretanto as saudades, que eram muitas, deixando apenas consigo, o que era necessário para fazer o “espólio”, no R.I. 2 em Abrantes, local que tínhamos deixado, cerca de vinte e seis meses antes.

Cais de Alcântara na altura da chegada das “tropas” 34

PERCURSO DO PELOTÃO DE MORTEIROS 1235 LUANDA / LISBOA

DE 16 A 28 DE DEZEMBRO DE 1969 35

DESMOBILIZAÇÃO Ao chegarmos ao Continente, sabíamos que ainda tínhamos que passar, pelo menos, por mais duas situações embaraçosas, antes de deixarmos as Forças Armadas e rumarmos de vez a nossas casas. A primeira, por sinal a mais aborrecida, era fazer o “espólio” (entrega) de todo o material (calças, camisas, botas, etc.) que tinha estado em poder dos Soldados e que era pertença do Exército Português. A segunda, embora muito burocrática, era a passagem à disponibilidade que, formalmente, só se consubstanciava cêrca de um mês após a nossa chegada à Metrópole, mas nestes casos, havia permissão para que os militares deixassem os aquartelamentos, abandonando definitivamente as Forças Armadas. O quartel de onde se tinha saído, antes de partirmos para o Ultramar, tinha sido o Regimento de Infantaria nº 2 (R.I. 2), em Abrantes, pelo que seria também aí, que nos deveríamos de apresentar, para que efetuássemos aquelas situações. Tendo o desembarque, naquilo que nos dizia respeito, ficado concluído a meio da manhã, haveria, em primeiro lugar e antes de chegarmos a Abrantes, que aconchegar o estômago, pelo que, aqueles que tinham familiares ou amigos e se disponibilizaram a transportá-los até lá, terem “petiscado” qualquer coisa pelo caminho, porque o que interessava, era despacharmo-nos o mais depressa possível. Aqueles que não tinham lá ninguém e foram diretamente para o quartel, aproveitando os transportes militares, que tinham sido postos à nossa disposição, certamente que também comeram qualquer coisa, tendo por isso, demorado algum tempo mais. Porque a época que se atravessava o exigia, mas também porque as pessoas já estavam fartas de “tropa”, os graduados do ex-Pelotão de Morteiros 1235, tendo sido dos primeiros a apresentarem-se no R. I. 2, acharam por bem “dar uma palavrinha” aos ex-militares que estavam encarregues do “espólio” e que por sinal já nos aguardavam, apesar de se tratar de um Domingo, para que a “burocracia” a efetuar, fosse abreviada, no sentido de todos nós nos despachar-mos o mais rapidamente possível. Certamente a pensarem na mesma coisa, os ex-militares do R.I. 2 que iriam tratar desse assunto, já tinham estendido no chão umas lonas, onde seriam colocados os pertences de cada um que, depois de vistoriados, seriam levados para a arrecadação, ficando os ex-Soldados do ex-Pelotão de Morteiros 1235 livres, para seguirem as suas vidas. O mais aborrecido desta situação, foi que toda esta operação levou o resto da tarde a realizar-se, pois o “pessoal” ia aparecendo a “conta gotas”. Em abono da verdade, deverá ser dito que, naquela altura, a confusão era geral, pois todos os presentes queriam despachar-se o mais depressa que fosse possível, sendo importante, a presença dos graduados do ex-Pelotão de Morteiros 1235, não só porque iam serenando os ânimos, para que tudo corresse da melhor forma, mas tam39

bém, pelo apoio moral, sempre necessário nestas alturas. Depois de cada um ter efetuado a entrega dos bens, que era pertença do Exército Português, ia-se despedindo dos “camaradas”, notando-se, desde logo, uma certa nostalgia, pois na verdade, tinham sido muitos meses de convívio, nos bons e nos maus momentos, prevendo-se que, a maior parte deles, nunca mais se encontraria, pelo que, a camaradagem e a amizade até então verificadas, sobrepunha-se a tudo o resto. Quando chegou a altura de todos deixarmos o aquartelamento, passadas que foram largas horas de espera, aqueles que tinham alí familiares ou amigos, tinham o problema das deslocações resolvido. Aqueles que não tinham lá ninguém, tinham de recorrer à “boleia” dos “camaradas”, para que, pelo menos, pudessem chegar a uma estação de comboio ou de autocarro, que os levasse até ao encontro dos seus familiares. O que era necessário e urgente, era que os ex-militares rumassem a suas casas, já livres, para sempre, de um pesadelo, que tinha sido bem real, durante cerca de dois anos e meio, para uns, bastante mais tempo para outros.

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EPÍLOGO Ao finalizar o 5º e último volume da série “O PERCURSO”, o autor espera não ter defraudado as expetativas das pessoas que tiveram a paciência de o ler, dado que, “apenas” foi seu desejo, dar a conhecer os momentos bons e menos bons, vividos pelos ex-militares que constituíram o ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235, durante a fase de guerra que se vivia em PORTUGAL, mais propriamente nas nossas ex-PROVÍNCIAS ULTRAMARINAS, que marcou, não só quem lá esteve, mas também toda uma geração, que em nada contribuiu para que ela acontecesse. Os temas escolhidos para este livro, não foram “por acaso”, foram de propósito, pois são alguns dos relatos de um rol imenso de situações, que os ex-militares tiveram de se sujeitar e que se encontram explanados nos vários livros desta coleção. Não quero terminar, sem deixar uma saudação muito especial, a todos os ex-militares que comigo tiveram a honra de pertencer ao ex-PELOTÃO DE MORTEIROS 1235, que teve como lema “OS INTOCÁVEIS”, afirmando, sem receio de desmentido, que todos os elementos que por ele passaram, sentem-se satisfeitos e orgulhosos do dever cumprido, pois além de terem contribuído para mais um virar de página das suas vidas, quer queiramos quer não, também contribuíram para o engrandecimento deste PAÍS, a que todos nós pertencemos.

Victor Silva

43

CRONOLOGIA DIA 06

MÊS Abril

ANO 1956

27 27

Julho Novembro

26 12 19

Abril Maio Dezembro

1956 1956 1959/ 60 1960 1960 1960 1960

12

Maio

1962

29

Maio

1962

21

Abril

1965

29

Abril

1965

17 25

Janeiro Janeiro

1966 1966

12

Setembro

1966

22

Dezembro

1966

23

Dezembro

1967

03

Janeiro

1967

03

Janeiro

1967

18

Março

1967

FACTO ASSINALÁVEL Emílio Ferreira assenta praça no Batalhão de Metralhadoras 2 Emílio Ferreira jura bandeira e passa a “pronto” Emílio Ferreira é promovido a 1º Cabo Emílio Ferreira tira o curso de Sargentos Milicianos em Tavira (C.I.S.M.I.) Emílio Ferreira tira o curso de Ranger em Lamego Emílio Ferreira embarca p/Goa (Est. da Índia) Emílio Ferreira desembarca em Goa União Indiana invade o Est. da Índia (Goa) e Emílio Ferreira é feito prisioneiro Emílio Ferreira deixa o campo de prisioneiros indo até Karachi no Paquistão Emílio Ferreira desembarca em Lisboa sendo desmobilizado no B.C. 5 em Lisboa Emílio Ferreira embarca em Lisboa c/destino à Guiné fazendo parte da Companhia de Caçadores 797 Emílio Ferreira desembarca na Guiné ficando aquartelado em Tite Emílio Ferreira embarca c/destino à Metrópole Emílio Ferreira desembarca em Lisboa sendo desmobilizado no R.I. 1 na Amadora Jorge Coelho e Victor Silva frequentam o 1º ciclo do curso de Sargentos Milicianos no R.I. 5 nas Caldas da Rainha Jorge Coelho e Victor Silva terminam o 1º ciclo do curso de Sargentos Milicianos Jorge Coelho e Victor Silva gozam dias de licença do fim do 1º ciclo do curso Jorge Coelho e Victor Silva frequentam o 2º ciclo do curso de Sargentos Milicianos no C.I.S.M.I. em Tavira Arnaldo Vaz frequenta o 1º ciclo do curso de Oficiais Milicianos na E.P.I. em Mafra Jorge Coelho e Victor Silva terminam o 2º ciclo do curso de Sargentos Milicianos 3

CRONOLOGIA DIA 18

MÊS Março

ANO 1967

20

Março

1967

20

Março

1967

03

Abril

1967

03

Abril

1967

17

Abril

1967

17

Junho

1967

19

Junho

1967

30

Junho

1967

03 17

Julho Julho

1967 1967

05

Agosto

1967

07

Agosto

1967

07

Agosto

1967

FACTO ASSINALÁVEL Arnaldo Vaz termina o 1º ciclo do curso de Oficiais Milicianos Jorge Coelho e Victor Silva gozam dias de licença de fim de curso Arnaldo Vaz goza dias de licença do fim do 1º ciclo do curso Jorge Coelho e Victor Silva são promovidos a 1ºs Cabos Milicianos e colocados no R.I. 15 em Tomar Arnaldo Vaz frequenta o 2º ciclo do curso de Oficiais Milicianos na EPI em Mafra Incorporação no Exército dos mancebos que integraram o ex-Pelotão de Morteiros 1235 (recruta) Fim da recruta dos mancebos que integraram o exPelotão de Morteiros 1235 Chegada ao R.I. 2 em Abrantes de ex-militares p/ tirarem a especialidade de Apontador de Morteiro M. 81e frequência da Escola de Cabos Chegada ao B.C. 5 em Campolide/Lisboa de ex-militares p/tirarem a especialidade de Transmissões de Infantaria Chegada ao R.A.P. 3 na Figueira da Foz de ex-militares p/tirarem a especialidade de Condutores Auto Chegada ao R.C. 6 no Porto de ex-militar p/tirar a especialidade de Condutor Auto Rodas Arnaldo Vaz termina o 2º ciclo do curso de Oficiais Milicianos Arnaldo Vaz goza dias de licença de fim de curso Arnaldo Vaz é promovido a Aspirante a Alferes Miliciano e é colocado no B.C. 10 em Chaves Fim das especialidades de Apontador de Morteiro M. 81, de Condutores Auto e da Escola de Cabos Gozo de dias de licença dos Soldados que terminaram as várias especialidades Chegada ao R.I. 2 em Abrantes de 3 graduados destinados ao Pelotão de Morteiros 1235 4

CRONOLOGIA DIA 08

MÊS Agosto

ANO 1967

14

Agosto

1967

18

Agosto

1967

18

Agosto

1967

21

Agosto

1967

28

Agosto

1967

28

Agosto

1967

Setembro

1967

25

Setembro

1967

26

Setembro

1967

09

Outubro

1967

11

Outubro

1967

22

Outubro

1967

22

Outubro a Novembro Novembro

1967 1967 1967

FACTO ASSINALÁVEL Chegada ao R.I. 2 em Abrantes de 4 Soldados Condutores Auto destinados ao ex-Pel. Mort. 1235 Ex-militares Apontadores de Morteiro M. 81 começam o I.A.O. Ex-militares Apontadores de Morteiro M. 81 terminam o I.A.O. Fim da especialidade de Transmissões de Infantaria e colocação em várias unidades Ex-militares Apontadores de Morteiro M. 81 gozam dias de licença Apresentação dos Soldados Apontadores de Morteiro M. 81 e formação do ex-Pelotão de Morteiros 1235 Desaparecimento do Aspirante a Alferes Miliciano provável comandante do ex-Pelotão de Morteiros 1235 Chegada ao R.I. 2 em Abrantes de 1 Soldado Condutor destinado ao ex-Pelotão de Morteiros 1235 Gozo dos 10 dias da Licença de Mobilização para todos os ex-militares que constituíram o ex-Pelotão de Morteiros 1235 Chegada ao R.I. 2 em Abrantes de 3 Soldados de Transmissões destinados ao ex-Pel. Mort. 1235 que são enviados p/casa gozar a Licença de Mobilização Regresso de todos os ex-militares do ex-Pelotão de Morteiros 1235, após o gozo dos dias da Licença de Mobilização Partida do ex-Pelotão de Morteiros 1235 p/Angola Promoção a Furriéis Milicianos dos 1ºs Cabos Milicianos e dos Soldados Arvorados a 1ºs Cabos Chegada do ex-Pelotão de Morteiros 1235 a Angola (Luanda) Estada de cerca de um mês em Luanda no Quartel do Grafanil do ex-Pelotão de Morteiros 1235 a aguardar colocação Partida do ex-Pelotão de Morteiros 1235 p/Nóqui 5

CRONOLOGIA DIA

13

MÊS Novembro Dezembro

ANO 1967 1967

23

Dezembro

1967

Janeiro

1968

Janeiro

1968

Novembro a Março Março

1967

Março

1969

Março

1969

15

Março

1969

07

Abril

1969

07

Abril a Outubro Abril a Outubro Outubro

1969

15 07 15 15

1969 1969

1969 1969 1969 1969

FACTO ASSINALÁVEL Chegada do ex-Pelotão de Morteiros 1235 a Nóqui Arnaldo Vaz embarca em Lisboa com destino a Angola e é promovido a Alferes Miliciano Desembarque do Alferes Miliciano Arnaldo Vaz em Angola (Luanda) permanecendo no Quartel do Grafanil Partida do Alferes Miliciano Arnaldo Vaz de Luanda c/destino a Nóqui Chegada do Alferes Miliciano Arnaldo Vaz a Nóqui assumindo o comando do ex-Pelotão de Morteiros 1235 Dezasseis meses de atividade do ex-Pelotão de Morteiros 1235 em Nóqui

Partida do ex-Pelotão de Morteiros 1235 de Nóqui para Luanda com destino ao Quartel do Grafanil a bordo da embarcação “Rainha Santa” Chegada a Luanda ao Quartel do Grafanil do ex-Pelotão de Morteiros 1235 após 2 dias de viagem Partida do ex-Pelotão de Morteiros 1235 do Quartel do Grafanil em Luanda p/Nambuangongo Chegada do ex-Pelotão de Morteiros 1235 a Nambuangongo Partida da Secção comandada pelo Furriel Victor Silva de Nambuangongo c/destino à fazenda sita na Beira-Baixa, deixando 1 Esquadra comandada pelo 1º Cabo Miguel na fazenda sita no Quixico Seis meses de atividade da Esquadra comandada pelo 1º Cabo Victor Miguel na fazenda sita no Quixico Seis meses de atividade da Esquadra comandada pelo Furriel Victor Silva na fazenda sita na BeiraBaixa Partida da Esquadra comandada pelo 1º Cabo Victor Miguel da fazenda sita no Quixico para Nambuangongo 6

CRONOLOGIA DIA 15

MÊS Outubro

ANO 1969

15

Março a Novembro Novembro

1969

1969

16 16

Novembro a Dezembro Dezembro

16

Dezembro

1969

24

Dezembro

1969

28

Dezembro

1969

28

Dezembro

1969

28

Dezembro

1969

30

Janeiro

1970

30

Janeiro

1970

30

Abril

1970

30

Abril

1970

15 15

15

1969 1969

1969 1969

FACTO ASSINALÁVEL Partida da Esquadra comandada pelo Furriel Victor Silva da fazenda sita na Beira-Baixa para Nambuangongo Oito meses de atividade do ex-Pelotão de Morteiros 1235 em Nambuangongo

Partida do ex-Pelotão de Morteiros 1235 de Nambuangongo para o Quartel do Grafanil em Luanda Estada de cerca de um mês em Luanda no Quartel do Grafanil do ex-Pelotão de Morteiros 1235 aguardando embarque para a Metrópole Partida do ex-Pelotão de Morteiros 1235 de Angola (Luanda) para a Metrópole a bordo do navio “Niassa” 2º Sargento Emílio Ferreira fica em Luanda fazendo parte da Comissão Liquidatária do Pelotão de Morteiros 1235 Chegada a Lisboa de avião do 2º Sargento Emílio Ferreira após ter feito parte da Comissão Liquidatária do ex-Pelotão de Morteiros 1235 Chegada a Lisboa ao Cais de Alcântara do ex-Pelotão de Morteiros 1235 a bordo do navio “Niassa” Chegada ao R.I. 2 em Abrantes dos ex-militares do ex-Pelotão de Morteiros 1235 a fim de efetuarem o espólio Desmobilização dos ex-militares que constituíram o ex-Pelotão de Morteiros 1235 Passagem à disponibilidade do ex-Alferes Miliciano Arnaldo Vaz no R.I. 2 em Abrantes Passagem à disponibilidade dos Furriéis Milicianos Jorge Coelho e Victor Silva no R.I. 2 em Abrantes Promoção a Tenente Miliciano do ex-Alferes Miliciano Arnaldo Vaz Promoção a 2ºs Sargentos Milicianos dos ex-Furriéis Milicianos Jorge Coelho e Victor Silva 7

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