2 jornal do commercio
Recife I 28 de outubro de 2014 I terça-feira
cidades
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Confrontados numa hipotética disputa entre os governos federal e estadual, os 70% de votos da presidente Dilma Rousseff, no segundo turno, contra os 68% que elegeram Paulo Câmara governador no primeiro, temos um empate técnico em Pernambuco. Ninguém pode dizer que deu uma lavada no adversário: ficam todos naquela situação limítrofe entre o respeito à votação alheia e a responsabilidade que o próprio sufrágio lhe impõe. Não que Paulo Câmara vá ter uma vida difícil, neófito que é, à frente do Executivo. Legitimado por mais da metade da população, com 35 dos 49 deputados da Assembleia, ele não terá maiores problemas para tratar das questões internas, mais miúdas. Mesmo no âmbito federal, como mostram as declarações de lado a lado, a intenção é desarmar os palanques e celebrar parcerias em nome do bem comum. Mas é aí que entra em cena a política. Dilma deve fazer valer seus 70% de votos em Pernambuco, um dos centros nevrálgicos da disputa eleitoral deste ano. Para isso conta com ninguém menos que o candidato derrotado ao governo, Armando Monteiro, e o coordenador de sua campanha no Estado, Humberto Costa, ambos no Senado Federal. Os dois com sangue nos olhos e legitimados pela votação presidencial a fazer um ostensivo bloco de oposição ao governo do PSB. Significa que obras prometidas para Pernambuco, como o Arco Metropolitano e as adutoras do Agreste e do Pajeú, não vão sair? Ou que programas de alcance nacional, como Minha casa, Minha Vida, Pronatec, Mais Médicos e Prouni terão as torneiras fechadas no Estado? Claro que não. Há, nos dois lados da disputa, interesse na realização das obras. Sorrisos amarelos e tapinhas nas costas, inclusive, darão o tom das eventuais inaugurações e demais solenidades. Até que uma nova campanha coloque todos discutindo sobre quem é o pai das crianças. Mas para a população só interessa uma coisa: que as crianças nasçam.
Guga Matos/JC Imagem
k Esgotamento de paciência
Esse aí é o cruzamento das Ruas Teles Júnior e Capitão Sampaio Xavier, em Parnamirim, no Recife. Mas também pode chamar de “desvio obrigatório para veículos” ou de “poço de mau cheiro para pedestres e moradores do local”.
Retorno difícil...
...na Várzea
A última estação de BRT da Avenida Caxangá, na Várzea, “matou” um sinal de trânsito que proporcionava conversão à esquerda para a Avenida Afonso Olindense. Para ter acesso à principal via do bairro, os motoristas precisam fazer um retorno em frente à UPA.
O problema: o sinal da UPA é de três tempos e, para completar, os condutores que fazem o retorno ocupam toda a faixa exclusiva do BRT. A bagunça no trecho é grande e até mesmo os agentes de trânsito que ficam no local não conseguem dar jeito.
Edmar Melo/JC Imagem
k Sinal eternamente vermelho
Na Rua da Fundição, bairro de Santo Amaro, área central do Recife, uma vaga de estacionamento é cativa: a do veículo acima, abandonado há meses e sem que apareça o responsável. Já está incorporado à paisagem do local.
Físico x câncer
É de graça
Pacientes e cuidadores do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) serão capacitados hoje sobre a importância das atividades físicas no tratamento da doença. Todos terão aulas de alongamento, dança de salão e ginástica laboral.
A Santa Casa de Misericórdia do Recife realiza hoje, no estacionamento do RioMar Shopping, as marcações de mamografias para os dias 30 e 31 deste mês, no Hospital Santo Amaro, que fica na Avenida Cruz Cabugá.
BIBLIOTECA PÚBLICA Convênio termina e Estado terá que devolver à União R$ 800 mil por não ter obtido todas licenças do município. Recurso era para melhoria do imóvel Bianca Bion
Igo Bione/JC Imagem
Não importa quem é o pai
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O
itocentos mil reais que iriam para construção de um prédio anexo da Biblioteca Pública do Estado (BPE), ao lado do Parque 13 de Maio, no Centro do Recife, serão devolvidos ao governo federal. O recurso foi disponibilizado para a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, quatro anos atrás, pela Fundação Biblioteca Nacional. Mas, segundo a gestão estadual, problemas para obter licença ambiental junto à Prefeitura do Recife impediram o início da obra. Por causa disso, o dinheiro vai ser devolvido. A promessa da secretaria agora é fazer o anexo com verba do tesouro estadual. “O Estado recebeu R$ 1,1 milhão, dos quais R$ 300 mil foram usados na reforma de banheiros e climatização de áreas da biblioteca. Oitocentos mil reais iriam para o anexo. Não começamos a obra porque a Prefeitura do Recife a embargou, já que o prédio da biblioteca é considerado um Imóvel de Proteção de Área Verde (Ipav)”, explica o secretário-executivo de Educação, João Charamba. Segundo ele, o convênio terminou no fim do ano passado, por isso o recurso foi bloqueado. A Secretaria de Educação pediu a renovação da parceria, mas ainda aguarda a resposta sobre o assunto. “Se até dezembro não houver nenhum posicionamento do órgão federal, vamos utilizar dinheiro do Estado”, assegura João Charamba. A Secretaria de Meio Ambiente do Recife informou que emitiu a licitação prévia para a obra em julho do ano passado, com duração de três anos, justamente pela urgência em iniciar a construção. Mas, segundo João Charamba, o Estado necessitava de três licenças (prévia, de instalação e de operação). E o município só concedeu a primeira. Outro problema da biblioteca são as infiltrações no mezanino. Por causa delas, o espaço infantil, com cerca de 15
Hélia Scheppa/JC Imagem/2-5-2014
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Verba é devolvida e reforma, adiada
Sérgio Bernardo/JC Imagem
Felipe Vieira (interino)
PRECARIEDADE Localizada ao lado do Parque 13 de Maio, biblioteca está deteriorada (alto), com infiltrações no mezanino e espaços interditados, limitando o acesso do público aos livros
mil títulos do gênero, está fechado há mais de dois anos. A promessa de reabertura é antiga. Em maio deste ano, a previsão do início das obras era em julho deste ano. Mas o prazo foi prorrogado para agosto, também sem ser cumprido. A contadora de histórias Carolina Levy, 33 anos, lamenta o desperdício do espaço e do material. “O setor infantil da biblioteca é muito grande e tem um acervo enorme, com títulos fantásticos. É um absurdo estar fechado. Lá, oficinas, peças de teatro e outras atividades poderiam ser promovidas”, afirma. De acordo com João Charamba, a ordem de serviço para a reforma iria ser assinada em agosto deste ano, mas foi adiada por causa da lei federal 12844/2013, que obriga a empresa a desonerar a planilha de obras em relação ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A previsão do Estado é de que a ordem de serviço para o início da reforma do prédio da Biblioteca Pública do Estado seja assinada até o fim deste ano, contemplando a reforma do mezanino, rampa de entrada, climatização e revisão da rede elétrica do imóvel, quando o setor infantil será reaberto.
ONG promove bazar solidário Bobby Fabisak/JC Imagem
jc nas ruas
O
Lar do Nenen realiza hoje e amanhã a 5ª edição do Bazar Solidário em prol da instituição beneficente. O evento é realizado anualmente e tem como objetivo angariar recursos para a manutenção dos serviços oferecidos pela entidade, que acolhe crianças em situação de risco social ou abandono. O bazar acontece no restaurante La Cuisine Petit Comité, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, das 10h às 19h. Objetos de decoração, sapatos, roupas e acessórios estarão disponíveis para venda. O Lar do Nenen funciona
ASSISTÊNCIA Lar do Nenen atende crianças há três décadas no bairro da Madalena, na Zona Oeste da capital, e atende, atualmente, cerca de 17 crianças com idades entre 0 a 3 anos. Com três décadas de existência, já beneficiou duas mil crianças em situação de risco. Os pequenos chegam ao abrigo por meio dos conse-
lhos tutelares e das comarcas da capital e do interior e permanecem lá até a Justiça decidir se serão encaminhados para adoção ou se voltam para a família de origem. O processo, entretanto, é demorado, dura de seis meses a um ano. No local, eles recebem os cuidados de psicólogo, nutri-
cionista, pediatra, assistente social e pedagoga. Funcionários e voluntários se revezam dia e noite para cuidar das crianças. “Tudo o que fazemos é para beneficiar essas crianças. Procuramos sempre dar o melhor para elas. Nós as tratamos como nossos filhos”, explica a diretora financeira do Lar do Nenen, Tuti Moury Fernandes, que é voluntária há 13 anos na instituição. O trabalho realizado pela ONG é mantido unicamente por meio de doações da população e empresas solidárias. Quem quiser conhecer de perto as ações do Lar do Nenen, o espaço fica localizado Rua Menezes Drumond, 284. Os interessados em colaborar podem realizar doações por meio de depósito bancário na conta corrente 29348-2 agência 1833-3 do Banco do Brasil. Mais informações pelo telefone (81) 3227-2762.